Sabemos que a arte tem passado por inúmeras transformações ao longo dos anos. Tendências vêm e vão, seja no cinema, na música, na moda ou na arquitetura, e acompanhar tais mudanças com o passar do tempo é muito interessante para quem curte buscar inspirações para a decoração de ambientes.
Assim, começamos a produzir aqui no bim.bon uma série de posts a respeito das principais características e tendências artísticas, arquitetônicas e decorativas de cada época, e depois de falar tudo sobre os anos 20, vamos te contar um pouco mais sobre os estilos dos anos 30.

No universo artístico, a década de 30 foi marcada pela transição (e consequentemente mistura) entre estilos. Ao mesmo tempo em que a arte sintética, geométrica e luxuosa da art déco ganhava força, o modernismo também se estabelecia – inclusive, entre 1930 e 1945 ele passou por sua segunda fase na Brasil, também conhecida como fase de consolidação.

O movimento artístico do modernismo foi caracterizado pelo rompimento com a estética e padrões rebuscados do século XIX. Buscava-se o retorno a uma arte com trabalho manual e objetos do cotidiano, além de cores mais vivas e formas e figuras mais abstratas.

Na arquitetura, o que melhor caracteriza o modernismo é a não utilização de ornamentos. Havia uma combinação entre simplicidade e funcionalismo de um lado e formas mais singulares de outro, o que resultou em obras de concreto armado e estruturas de ferro aparentes por fora e uma decoração geométrica e abstrata por dentro. Essa união estética transformou a arquitetura modernista em algo totalmente inédito e único.
A revolução estética da arquitetura moderna é tamanha que é possível notar características bem diferentes entre os arquitetos pertencentes à corrente, como grandes nomes da escola de Bauhaus, Walter Gropius, Mies Van Der Rohe e Corbusier (confira algumas obras de suas obras na galeria!), pois cada um construiu um acervo bastante particular.

Modernismo no Brasil
O modernismo começou a se difundir no Brasil com a Semana de Arte Moderna em 1922. Porém, foi a partir da Era Vargas em 1930, quando o Brasil passou por um maior desenvolvimento industrial, que a arquitetura moderna ganhou mais expressividade. Vargas queria aliar o modernismo à ideia de modernidade e progresso, o que proporcionou um grande apoio do governo às obras.

A primeira obra moderna de grande notoriedade nacional foi o prédio do Ministério da Educação e Saúde, que contou com uma estrutura de concreto armado sobre pilotis – o que promoveu uma utilização funcional do térreo, permitindo o aproveitamento do espaço para convivência.
Participaram do projeto grandes arquitetos, dentre eles os maiores nomes da arquitetura moderna brasileira: Lúcio Costa, arquiteto que desenvolveu a capital federal, Brasília, e foi professor de Oscar Niemeyer, que projetou o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte.

Em 1940, Oscar Niemeyer conheceu o então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, que o convidou a desenvolver algumas obras para a região da Pampulha, o que o levou a projetar prédios para a nova arquitetura de Brasília quando JK se tornou presidente.
A arquitetura moderna foi, sem dúvida, um grande marco para o Brasil, produzindo obras sensacionais e notáveis até hoje.
imagens via Wikipédia, Trends, SkyscraperCity, Belo Horizonte